"O sol jorrava por todas as janelas em cascatas de luz, tépidas e difusas, e os alunos inclinaram-se na sua direcção; pareciam flores em busca do calor meigo que lhes faltava, o rosto procurando a quentura acolhedora com as suas promessas de aconchego. O impedioso Inverno transmontano aproximava-se, lento mas inexorável, e o calendário pregado á porta marcava 1929.
Luís Afonso passou a mão pelo cabelo, deixou a franja castanho-clara descair-lhe para o lado e espiou furtivamente a fila de janelas para lá do pátio do Liceu Central Emídio Garcia, em Bragança. Lá estava ela, a beldade do outro dia. Na semana anterior, os olhos castanhos de Luís haviam-se cruzado pela primeira vez com aqueles mesmos olhos cor de mel, verdadeiros rebuçados dourados que espreitavam do outro lado da ala feminina. Foi um momento breve, o tempo de uma abelha beijar uma pétala, o instante que demora um fugaz palpitar do coração; mas também eterno, eterno como o incansável cintilar de uma estrela incrustada no firmamento negro ou o contínuo marulhar do mar sobre a areia fulgente da praia.
Eterno."
Peguei num livro ao "calhas" da minha estante e comecei a ler... primeiramente achei esta passagem deveras enternecedora e bonita, de tal forma que a quis partilhar convosco, mas ao mesmo tempo e enquanto a escrevia aqui, pensei: "isto é tão irreal!!!"...
Ou seja, em breves segundos voltei á realidade... e voltei a constatar que a vida se alguma vez foi assim, já não o é... será que foram os tempos que evoluíram e mudaram ou a sociedade está deveras negativa??
Luís Afonso passou a mão pelo cabelo, deixou a franja castanho-clara descair-lhe para o lado e espiou furtivamente a fila de janelas para lá do pátio do Liceu Central Emídio Garcia, em Bragança. Lá estava ela, a beldade do outro dia. Na semana anterior, os olhos castanhos de Luís haviam-se cruzado pela primeira vez com aqueles mesmos olhos cor de mel, verdadeiros rebuçados dourados que espreitavam do outro lado da ala feminina. Foi um momento breve, o tempo de uma abelha beijar uma pétala, o instante que demora um fugaz palpitar do coração; mas também eterno, eterno como o incansável cintilar de uma estrela incrustada no firmamento negro ou o contínuo marulhar do mar sobre a areia fulgente da praia.
Eterno."
Peguei num livro ao "calhas" da minha estante e comecei a ler... primeiramente achei esta passagem deveras enternecedora e bonita, de tal forma que a quis partilhar convosco, mas ao mesmo tempo e enquanto a escrevia aqui, pensei: "isto é tão irreal!!!"...
Ou seja, em breves segundos voltei á realidade... e voltei a constatar que a vida se alguma vez foi assim, já não o é... será que foram os tempos que evoluíram e mudaram ou a sociedade está deveras negativa??
1 comentário:
aos 15 anos ainda era assim... pelo menos comigo. :-)
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